quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O aroma do caos, I

 





Leitores. Apaguei a maioria dos textos,  mas a novidade melhor é que voltei a escrever e principalmente a movimentar o blog. 





LILITH. O AROMA DO CAOS


No princípio, fez Deus as criaturas; algumas suas preferidas: o Homem e a Mulher. 

Fez Lilith a sua imagem e face feminina, do pó (exatamente). E depois fez o Adão. Mas Adão, queria mandar em Lilith. Ela não via motivos para obedecê-lo e não aceitou o cargo de submissa. Então Deus a castigou e a transformou num demônio, depois de bani-la do paraíso chamado Terra. Lilith e Lúcifer passaram a reinar juntos nas trevas. A serpente se enrolou sobre suas curvas, ela se transformou na própria serpente. 

Depois foi criada Eva, da costela já para não reclamar. Mas milhares de anos se passaram e Deus permitiu só agora, que Lilith viesse à Terra em sua forma original: em carne, alma e osso (porque ela é magra). 

Nesse monólogo , Lilith irá falar um pouco sobre como está sendo confusa sua jornada nessa missão, tendo que enfrentar barreiras que põem em risco seu desempenho como mulher alfa, acompanhe:


-O aroma do caos 


Estava tudo sob meu absoluto controle.


Eu corria livremente em direção à minha casa e pairava sobre o caos, admirando toda a grandeza de meu reinado.


Raramente eu olhava pra trás. Não havia mais nenhum perigo.


Como era boa a sensação de ver a ordem reestabelecida!


Minha pele brilhava ao sol, minhas unhas estavam duras e afiadas.


Nenhum inimigo declarou guerra outra vez. Foram vencidos. Eram todos meus aliados.


O aroma da vitória ficava pelos campos por onde eu passava. Era de uma erva cerimonial que eu costumava usar em meus rituais sagrados.


Eu estava bem, com meus campos energéticos alinhados.


Carregava meu herdeiro prometido.


Estávamos seguros e eu o protegia em meu ventre.


Isso bastava e me motivava para apresentá-lo em meu trono.


O meu poder estava triplicado e eu só precisava caminhar mais um pouco, até o destino final daquele ciclo que nós haviamos iniciado.


Então percebi que alguns passos leves se aproximavam de mim.


Ele vinha caminhando pelas sombras, manso e emitindo sua paz inconfundível.


O analisei por algum tempo e então deixei que se aproximasse a cada dia um pouco. Até chegar um tempo que não consegui mais ficar sem a companhia daquele ser encantador.


Deitávamos na grama e admirávamos o céu, dia e noite.


(...)