O Rancho assombrado
-Táxi, me deixe aqui mesmo
-Tem certeza senhorita Mei? Não tem nada aqui
- Como não, olhe para o alto daquele barranco, a névoa está
forte mas ainda se pode enxergar as luzinhas piscando. Também consigo
enxergar perfeitamente homens fortes uniformizados na porta, o que me indica
ser um local seguro para alguém da minha classe. Ainda não consegue enxergar nada, motorista?
– respondeu a jovem
- Consigo, me desculpe. Preciso de novas lentes. Mas o que eu quero dizer é
que uma celebridade internacional como a senhorita bem me parece, não
irá se sentir bem com as pessoas que frequentam aquele ambiente, nem
mesmo se sentirá alegre ou relaxada no ambiente. Já notou quantas escadas terá que subir até
chegar na portaria? E que não existe elevador?
-Isso não será problema para mim, se for o caso, me
transformo numa mariposa e voo até aquele segurança que está na porta- usou ela
seu humor negro
O segurança, lá de cima a avistou, era um fã:
-Senhorita Mei é você!!!! Eu não acredito!!! Vou até descer
aí te buscar.
Ela nem fez questão de perguntar o nome dele, afinal, todos me conheciam ali, eu era a
ex--alguma coisa do dono do estabalecimento, um tal de Goeten
Ao adentrar no local, já percebeu a densidade no ar daquela
atmosfera.
Era um rancho de
madeiras velhas, rústico e abandonado.
Ao olhar para a bancada de bebidas, avistou duas mulheres fantasiadas com langeries de
sexys shops baratos. Uma delas, usava um conjunto de Motoqueira, e a outra,
usava algemas e boné de policial. Ambas estavam para dentro do balcão,
abraçadas com o Goeten, um magricelo metido a banddido, mas que não passava de
apenas mais um louco daquele reduto.
Quando Srta Mei
caminhou em direção ao balcão pra pedir seu drink, lançou a praga para o
primeiro desconhecido que a olhou com ar de julgamento e nojo, devido as suas vestes
de cigana.
-Olhe dentro dos meus olhos, preste atenção no tom da minha
voz e no que eu digo: você vai sonhar comigo, eu vou aparecer no seu sonho e
você vai se lembrar de mim para sempre!
O homem praguejado ficou paralisado e sem piscar, suas
pupilas arregalaram-se , como se ele estivesse sob efeito de alguma droga que
travava.
Até mesmo ela se impressionou com o impacto de sua praga sendo
rogada ao vivo naquele salão.
As putas pararam de algemar o dono do Rancho, e ele, Goeten,
tentou amenizar a situação:
-Ela está brincando com você amigo, é o jeito dela, né? –
Indagou olhando pra ela, para que ela afirmasse
-Sim, eu estou brincando, é meu jeito- Concordou ela,
demonstrando na expressão facial, um suave sarcasmo.
E no palco o conjunto regional estava a animar a festa. Quando o vocalista Beto reconheceu a artista local e a convidou para subir ao palco e fazer oque chamam de "canja" no meio musical.